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Teste de esforço

A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.

O teste ergométrico (também chamado teste de esforço) é um teste que mede a frequência, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e outros parâmetros cardiológicos durante um esforço físico gradualmente crescente feito por caminhar ou correr numa esteira rolante ou numa bicicleta ergométrica. Ao mesmo tempo, observam-se os sinais e sintomas que surgem durante e após o esforço. O teste deve ser acompanhado de um eletrocardiograma contínuo, gravado em computador, que registra o funcionamento do coração nas diversas etapas do exame. Assim, o teste serve para avaliação da capacidade cardiovascular quando o indivíduo é submetido a esforços e para ajudar no diagnóstico de algumas anomalias cardíacas.

Em que consiste o teste ergométrico?

O teste ergométrico deve ser feito em local apropriado, com equipamento adequado (roupas leves e tênis), contar com a presença de um médico treinado e equipamentos básicos de primeiros socorros para a eventualidade rara de ocorrer alguma anormalidade durante o exame. O passo inicial é estabelecer um protocolo de exame adequado para o paciente, levando em conta dados como a sua idade, peso corporal, estilo de vida e eventuais limitações físicas.

O preparo para o exame consiste em algumas medidas simples:

Após o banho no dia do exame, não utilizar creme, pomada ou gel que possa prejudicar a sensibilidade dos eletrodos que serão colocados para colher o eletrocardiograma.
Não fumar duas horas antes e uma hora após o exame.
Observar uma dieta leve uma hora antes do exame.
O médico deve aconselhar a manutenção ou suspensão da medicação que o paciente esteja usando.
Se o paciente tiver muitos pelos no tórax deve depilar-se para a melhor efetividade dos eletrodos.
Após o teste, o paciente deve evitar expor o tórax desprotegido ao sol nas 72 horas que se seguem ao exame, pois pode surgir irritação da pele, devido ao uso de gel no local da colocação dos eletrodos.

Dez eletrodos são colocados no tórax do paciente para que seja registrado o eletrocardiograma durante o exame. A seguir, o paciente é colocado numa esteira rolante ou numa bicicleta ergométrica, iniciando o exercício de andar, correr ou pedalar, seguindo o protocolo de exame escolhido pelo médico. Os movimentos devem começar lentamente e serem aumentados aos poucos até atingir seu máximo programado, sendo desacelerados aos poucos. Os parâmetros cardiológicos clínicos devem ser tomados a intervalos regulares. O exame deverá ser interrompido caso o paciente apresente grande cansaço, alterações do ritmo cardíaco ou sintomas de anormalidades cardiovasculares. Um eletrocardiograma e a medida da pressão arterial devem ser tomados antes do exame, bem como na fase de recuperação, cinco a seis minutos depois de encerrados os exercícios.

A sensibilidade e a especificidade do exame situam-se entre 70 e 80%, podendo, em um pequeno número de casos, apresentar resultado “falso-positivo” ou “falso-negativo”. A avaliação do exame leva em conta a presença de sintomas, os níveis de pressão arterial, a frequência cardíaca, a capacidade física e o ritmo cardíaco.

Por que fazer o teste ergométrico?

 

Por meio do teste ergométrico é possível diagnosticar várias anormalidades, como doença arterial coronariana e alterações da capacidade funcional respiratória, além de detectar eventuais arritmias, anormalidades da pressão arterial e isquemia miocárdica. Ele pode, também, avaliar os eventuais sintomas que podem acompanhar o surgimento de sopros, sinais de falência ventricular esquerda e fazer a avaliação funcional de doença cardíaca já conhecida, bem como orientar a prescrição de exercícios físicos em pessoas doentes ou sadias.

Quem deve fazer o teste ergométrico?

O teste ergométrico deve ser feito por pacientes em que se suspeita terem alguma alteração em sua capacidade cardiorrespiratória ou no funcionamento cardíaco durante o exercício e por atletas ou pessoas que desejem avaliar seu condicionamento físico. O teste ergométrico pode ser associado a outros exames que completem o diagnóstico, como a cintilografia cardíaca de esforço, o ecocardiograma de estresse e a espirometria. Assim, o exame deve ser feito para avaliação de pessoas com doença arterial coronariana, após infarto do miocárdio, por pessoas que desejem iniciar um exercício físico vigoroso, avaliar a condição clínica em algumas pessoas com doenças das válvulas cardíacas, avaliar a condição de pacientes que foram ou serão submetidos a uma angioplastia ou ponte de safena, avaliar pacientes com arritmias ou que usem um marcapasso artificial, etc.

Quem não deve fazer o teste ergométrico?

O teste ergométrico não deve ser feito pelos portadores de doença arterial coronária instável conhecida ou que apresentem obstrução da artéria coronária esquerda ou equivalente, arritmias não controladas, miocardites ou pericardites agudas, estenose aórtica, hipertensão arterial grave, embolia pulmonar e intoxicação medicamentosa, porque essas condições aumentam muito o risco de complicações. Como se trata de um esforço muito grande, também não deve ser feito por grávidas.

Como evolui o teste ergométrico?

A duração do exame é de aproximadamente quinze a trinta minutos, mas deve ser interrompido sempre que aparecerem sinais e/ou sintomas especialmente graves.

Quais são as complicações possíveis do teste ergométrico?

Em geral, o teste ergométrico é um exame seguro. O risco de complicações graves é muito baixo, menor do que 1 para cada 20.000 exames. Como complicações simples e passageiras o paciente pode apresentar tonteira e dispneia, mas mesmo isso não é comum. Como complicações mais graves, excepcionais, podem ter arritmias cardíacas, infarto do miocárdio ou parada cardíaca.